ORDEM DOS FRADES MENORES CAPUCHINHOS DE SÃO PAULO  ATELIER DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DO EMBARÉ
BASíLICA MENOR DE SANTO ANTONIO DO EMBARÉ
MITRA DIOCESANA DE SANTOS
             
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A Basílica e seus símbolos

Neste ano de 2017, comemoramos os 65 anos do título honorífico, que elevou a nossa igreja à dignidade de Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré. Recentemente, pudemos resgatar um dos mais importantes símbolos da Basílica, que demonstra a ligação dela com as quatro Basílicas Maiores, em Roma.

Basílica Menor é um título, concedido pelo Santo Padre, a templos que possuem notórios valores históricos, artísticos-arquitetônicos, e uma forte devoção popular. Esse novo status traz uma série de deveres e encargos no âmbito litúrgico e pastoral, demonstrando a estreita ligação da Basílica Menor com a Santa Sé, e é direito ostentar as insígnias pontifícias nos seus emblemas, estandartes e selos, bem como possuir brasão próprio, e expor a Umbela e o tintinábulo.

A umbela é um baldaquino portátil em forma de sombrinha, que servia para proteger o Santo Padre diariamente, nas cores amarelo dourado e púrpura (vermelho). Hoje, não é uma mera peça decorativa, mas é a principal insígnia da Basílica, distinguindo-a das igrejas, e deve estar sempre semi-fechada Já seu par é o tintinábulo, um campanário móvel, que antigamente anunciava a chegada do Sumo Pontífice, e ambas as peças são processionais, devendo estar em local de destaque.

Assim que foi concedido o título de Basílica Menor, em 1952, foi providenciado uma umbela e um tintinábulo, mas com as diversas mudanças ocorridas no presbitério nos anos 60, ambas as peças foram retiradas do altar. Não sabemos em que circunstâncias, o tintinábulo se quebrou, mas após a restauração do altar mor em 1997, foi providenciado o retorno da Umbela, confeccionada com partes remanescentes da original, que eu tive a honra de remontar. Para suprir a ausência do tintinábulo, e demonstrar a posição “internacional” do templo, ligado a Santa Sé, foi introduzida a bandeira do Vaticano, hasteada juntamente com a do Brasil.

A pedido do Reitor da Basílica, Frei Paulo Henrique Romero O.F.M. Cap, comecei a projetar um novo tintinábulo neste ano (já havia estudado o assunto em muitas ocasiões). Mas me deparei com duas situações: primeiro, o modelo original era barroco, e inteiramente folheado a ouro; segundo, é que a peça era gigantesca, elaborada para o antigo presbitério da Basílica, antes do Santo Concílio Vaticano II. Dessa forma, pensei numa nova peça com dimensões reduzidas, cerca de 40% menor que a original, e que esteticamente tivesse forte apelo medieval, entre o românico-gótico, e que ambas as peças ficassem harmoniosas no presbitério atual.

Construí uma peça muito ornada, mas simples, que faz leitura com o altar Mor e a mesa da palavra. Dei preferência ao brasão da Basílica, juntamente com as chaves cruzadas (insígnias pontifícias), feitas em bloco único, evidenciando o sino, o coração da peça; juntamente com ela, construí uma nova umbela, menor, mas mantive a forração da antiga, com os lindos desenhos feitos a mão. Dessa forma, com ambas as peças no presbitério, pudemos remover a bandeira do Vaticano, que se encontrava no altar, para suprir a ausência do tintinábulo.

Esse ano, as festas do padroeiro serão abrilhantadas com essas novas peças na procissão. Será comemorado os 65 anos do título de Basílica, e os 95 anos de criação de nossa paróquia, de forma especial. E eu agradeço muito à essa comunidade, por poder completar 25 anos de trabalho na Basílica, e ainda ter o privilégio de fazer algo tão significativo em nossa igreja.


Danilo Brás dos Santos